Em meio às discussões e às incertezas acerca da reforma da Previdência, é comum que trabalhadores tentem agilizar o pedido de aposentadoria para se enquadrar nas regras atuais. No entanto, é preciso ter cuidado para não acabar sendo prejudicado pela pressa. Em alguns casos, é possível aumentar o tempo de contribuição que será considerado no cálculo do benefício, garantindo também o pagamento integral mais rapidamente.
O segurado que exerceu atividade remunerada mas não tem registro na carteira de trabalho, por exemplo, pode tentar comprovar esse tempo de trabalho junto ao Instituto Nacional do Seguro Social por meio de documentos e testemunhas. Segundo o advogado João Badari, especializado em Direito Previdenciário, o momento é de se planejar e conferir os dados junto ao INSS:
Esse não é o momento de sair correndo para se aposentar. Ninguém sabe os termos da reforma, ninguém sabe a quem ela vai prejudicar. Esse é o momento de o segurado planejar sua aposentadoria. Isso envolve fazer a contagem do tempo de contribuição, simular o valor do benefício e verificar se os dados estão corretos junto ao INSS.
Algumas situações, como serviço militar e período de trabalho como jovem aprendiz (veja os casos no quadro ao lado) podem significar um tempo adicional de contribuição ao segurado. Nestes casos, vale a pena solicitar ao INSS essa inclusão, o que pode garantir uma aposentadoria mais cedo.
Vale lembrar que, caso o segurado já atenda às condições para se aposentar, seu direito é adquirido, ou seja, ele poderá requerer o benefício pelas regras anteriores às da reforma, mesmo após sua promulgação.
— Isso vale também para aqueles que já são aposentados: eles não serão prejudicados em caso de mudanças nas regras — .
João Badari – advogado, sócio escritório Aith, Badari e Luchin Advogados