Em um artigo publicado ontem, os pesquisadores estimam
que a proporção de mortes por coronavírus ligadas à poluição do ar na Europa e
na América do Norte está em torno de 19% e 17%, respectivamente. Isso se deve
aos problemas de saúde subjacentes causados pela poluição do ar, que são as mesmas condições conhecidas por
aumentar a probabilidade de morte por COVID-19.
Os pesquisadores afirmam que suas estimativas não
demonstram uma “relação direta de causa e efeito”, mas destacam a fração de
mortes que poderia ser evitada se a população fosse exposta a menos poluição e
emissões.
“Se a exposição de longo prazo à poluição do ar e a
infecção com o vírus COVID-19 se juntarem, teremos um efeito adverso na saúde,
particularmente no que diz respeito ao coração e vasos sanguíneos, o que leva a
uma maior vulnerabilidade e menos resiliência ao COVID -19 ”, explicou o
professor Thomas Münzel, do University Medical Center Mainz.
O estudo, publicado na revista científica Cardiovascular
Research, combinou dados epidemiológicos de estudos separados nos EUA e na
China e encontrou um quadro muito diferente para cada país.
Por exemplo, a poluição do ar está ligada a 29% das
mortes por coronavírus na República Tcheca, 27% na China, 26% na Alemanha. A
proporção é menor na Itália, com 15%, e no Reino Unido, com 14%, enquanto são
estimados para Austrália e Nova Zelândia apenas 3% e 1%, respectivamente.
Já houve mais de 44.000 mortes por coronavírus no Reino
Unido, o que significa que cerca de 6.000 poderiam ter sido evitadas se o ar
estivesse limpo.
“Nossos resultados sugerem que há benefícios
substanciais na redução da exposição à poluição do ar, mesmo em níveis
relativamente baixos de PM2,5”, afirma o jornal. “Uma lição sob a perspectiva
ambiental da pandemia COVID-19 é que a busca por políticas eficazes para
reduzir as emissões que causam a poluição do ar e as mudanças climáticas,
precisa ser acelerada.”
Fonte: The Actuary | Tradução livre ASSISTANTS