A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)
reuniu aproximadamente 160 profissionais que atuam na área da Saúde durante o
“Seminário sobre Implantação de Diretrizes na Saúde Suplementar”, realizado no
Rio de Janeiro na última quarta feira, 05. Com a presença de representantes de
prestadores de serviços de saúde, de operadoras de planos de saúde, de
consumidores e de demais entidades do setor, o evento foi aberto pelo diretor-presidente
da ANS, José Carlos de Souza Abrahão, e teve como moderadora a diretora de
Normas e Habilitação dos Produtos, Karla Santa Cruz Coelho.
Convidado a palestrar no seminário, o médico
canadense Eddy Lang dividiu com os participantes sua experiência à frente de um
grupo de trabalho para desenvolvimento de diretrizes clínicas baseadas em
evidência, com foco no atendimento pré-hospitalar nos Estados Unidos.
Atualmente, Eddy também está envolvido com o mesmo debate no International
Liaison Committee on Resuscitation, além de chefiar o Departamento de Medicina
de Emergência da Universidade de Calgary, no Canadá. “Vivemos uma situação de
enorme investimento em diretrizes no Canadá, mas existem médicos que não as
seguem porque não acreditam nelas. De fato, às vezes investimos tanto esforço e
dinheiro na análise de evidências que esquecemos de entender os valores e as
circunstâncias do paciente. Cultura e regionalização também são fatores muito
importantes na hora de se estabelecer diretrizes médicas”, disse Eddy Lang no
painel “Os Caminhos para a Implementação de Diretrizes Clínicas: Desafios e
Resultados”.
Para o médico, uma forma de reverter resistências
às diretrizes estabelecidas é a sua contínua atualização: “Muitas vezes elas se
tornam ultrapassadas em função de avanços tecnológicos, daí a necessidade
constante de revisão. Precisamos mostrar aos seus usuários, aos profissionais
de saúde, a relação entre danos e benefícios quando deixamos de seguir e quando
seguimos as diretrizes desenvolvidas a partir de evidências clínicas”, concluiu
o especialista, dizendo-se bastante impressionado com as diretrizes da ANS.
Eddy Lang
O médico canadense Eddy Lang palestra durante o
seminário O seminário contou ainda com as palestras das médicas Miyuki Goto,
consultora técnica da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos
Médicos (CBHPM) da Associação Médica Brasileira (AMB), e Silvana Kelles,
coordenadora do Grupo de Avaliação de Tecnologias da Unimed Belo Horizonte e da
Câmara Técnica 0 Gosto Partilhar 0 Partilhar de Medicina Baseada em Evidências
da Unimed do Brasil. No painel “Diretrizes Clínicas no Brasil e a Participação
das Sociedades Médicas”, Miyuki destacou a grande ambição da AMB. “A Associação
defende uma diretriz única que valha para os sistemas público e privado de
saúde, ou seja, para todo o Brasil. Esse é o nosso desafio, e temos muito a
caminhar”, afirmou a médica. Silvana Kelles apontou no painel “Diretrizes
Clínicas na Perspectiva das Operadoras” a importância da medicina baseada em
evidências na redução de incertezas: “Reduz custos e melhora o cuidado com a
saúde, ou seja, com o paciente”.
As apresentações foram seguidas por um amplo debate
com a plateia, que participou ativamente, corroborando para um ambiente de
troca de experiências e de informações entre os participantes. A diretora da
ANS Karla Santa Cruz Coelho destacou a relevância para a sociedade de debates
como o proporcionado pelo seminário: “Precisamos discutir de forma mais
ampliada temas como modelo assistencial, prevenção de riscos e de doenças e
diretrizes clínicas baseadas em evidência. Quando falamos em diretrizes, não
podemos pensar apenas nos avanços tecnológicos. Só a tecnologia não dá conta da
complexidade do sistema de saúde. Temos que pensar a produção de saúde e
construir uma rede de colaboradores para implementarmos diretrizes na saúde
suplementar. Está feito o convite!”, disse a diretora ao encerrar o encontro,
acenando para a certeza de futuros debates em prol da saúde suplementar
brasileira.
Fonte: Portal Nacional de Seguros