O ser humano é um ser que cria. É a sua
natureza.
Quando Einstein dizia: “Eu só quero
entender como Deus pensa; todo o resto é trivial.”, ele se referia à sua busca
quanto ao entendimento das leis da criação.
Quais os princípios que estão na base de
tudo que existe, de tudo que já está criado e que está sendo criado?
Gradualmente, século após século, década após década, ano após ano, cada vez
mais rapidamente vamos descobrindo mais e mais sobre como tudo funciona.
E vamos usando nossas descobertas para
criar.
Criar o quê?
Tudo que imaginamos… Imaginamos replicar a
Natureza e criamos a agricultura. Soltamos nossa imaginação e queremos voar.
Criamos máquinas voadoras. Queremos ir à
Lua. E criamos meios de chegar lá. Estamos, o tempo todo, criando meios de
viabilizar o impossível…
Mas criamos para quê? Com que propósito
estamos usando o dom de criação com o qual fomos presenteados?
Para que criamos novas tecnologias, novos
produtos, novos jeitos de morar, de cozinhar, de movimentar, de transportar, de
comunicar? Se não houver um propósito em tudo isso, podemos estar brincando
perigosamente com nosso dom de criar.
Criamos até armas de guerra, produtos de
destruição, produtos que prejudicam a saúde e bem-estar das pessoas… Essa
brincadeira pode até estar nos levando a criar mais e mais produtos para até
melhorar a vida e potencializar o conforto de pessoas. Mas de poucas.
Inadvertidamente, podemos até estar desviando recursos produtivos - e nossa
própria capacidade criativa - para incremento de uma economia do supérfluo, ao
invés de potencializar o processo de criação do que falta a muitos. Tecnologia
nada mais é do que a extensão de nosso dom de criar. Criamos a partir do que
imaginamos e visualizamos.
Criamos pelo nosso pensamento. Pela energia
de nossos sentimentos, de nossa vontade e motivação. Pelo que comunicamos. Pela
força de nossas palavras. Da energia que mobilizamos através de nossas ações.
Até o momento em que estaremos criando como o gênio da lâmpada - materializando
direta e instantaneamente o que conseguimos visualizar em nossa mente, nos
comunicando com as outras pessoas pelo pensamento, por exemplo - estaremos
criando tecnologias como “muletas de criação”.
Vamos avançar muito ainda. E cada vez mais
rapidamente.
Novas tecnologias para viabilizar o que até
ontem era impossível… Até que um dia não venhamos mais precisar dessas muletas…
Seremos então, efetivamente, deuses em ação… Mas com ou sem muletas, a questão
essencial permanece: criar o que e para que…
O que mais a sociedade precisa hoje?
O que mais a nossa casa maior – o próprio
planeta – está precisando?
Nossos 6 bilhões de vizinhos no grande
condomínio Terra estão bem?
Nosso planeta está bem? A manutenção está
sendo bem feita? Ao pensarmos sobre essas questões simples, conseguimos sentir
a extensão da equação essencial: para que propósito o ser humano deveria estar
dirigindo seu poder de criação?
Não deveríamos todos nós, juntos, estar
buscando criar o melhor para todos? Além de produtos, tecnologias, serviços
etc., o ser humano também cria coisas mais abstratas: o sistema de comércio
entre países, acordos para preservar o meio ambiente, sistemas de trocas,
formas de governo, sistemas de gerenciamento, sistemas de produção, sistemas de
distribuição, jeito de organizar as coisas etc. Alguns desses jeitos de fazer
as coisas acontecerem são saudáveis, justos, éticos.
Outros já nascem doentes, satisfazem
interesses ocultos, desrespeitam valores universais. E assim vai... Criamos de
tudo: produtos, serviços, sistemas.
Mas, para que criamos?
Nosso Melhor Eu quer criar tudo que é
necessário para viabilizar o mundo ideal.
Nosso Menor Eu quer criar só vantagens
próprias. E no “jogo” das ilusões usa o poder de criar para ter mais e mais.
E nesse processo gera doenças na sociedade,
criando cânceres que podem fazer o organismo maior – a própria Humanidade –
sucumbir. Em plena Era da Informação e do Conhecimento nunca foi tão fácil e
rápido perceber as consequências de nossas escolhas.
Basta querer ver. Ter a coragem de sair da
área de autoengano e das ilusões.
Nossa esperança está em nossa consciência.
Em aprender com nossos acertos e erros.
Mas isso quer dizer que ainda temos décadas
de aprendizagem ainda pela frente…? Não. Já é tempo de fazermos um grande
balanço de tudo que a Humanidade já “testou” até hoje.
E ousar criar o inédito.
É hora de um salto quântico. Já. Hoje. Só
depende de nós.
Oscar Motomura - diretor geral da Amana-Key, empresa especializada em
inovações radicais em gestão.