Dizem que o estilo de vida
sedentário é ruim para a saúde das pessoas. No entanto, particularmente no
mundo atual, com seu ritmo acelerado, somos aconselhados sobre os benefícios de
parar para sermos conscientes.
Então, devemos ficar sentados imóveis ou tentar nos mexer? A
resposta parece ser um pouco dos dois.
Isso não significa necessariamente fazer as duas ao mesmo tempo,
embora essa pareça ser a norma para um número crescente de funcionários de
escritório.
“Em todo lugar as pessoas estão de pé, andando e trabalhando o
dobro do tempo”, escreveu Pamela Paul no “New York Times”.
Em sua mesa de trabalho tradicional, em meio a um número
crescente de pessoas que usam mesas para trabalhar de pé, ela observou: “Entre
mesas com esteiras, cadeiras de bolas rolantes, descansos oscilantes para pés e
almofadas líquidas, a ideia de que uma pessoa deve ficar sentada imóvel parece
fora de moda”.
Ela soube de pesquisas que mostram que muitos trabalhadores se
sentem mais saudáveis e produtivos após adotarem estações de trabalho que
permitem variação entre as posições sentado e de pé. Mas ela também notou que
“sentar-se adequadamente já foi considerado uma virtude”.
“Segundo uma nova biografia da rainha Elizabeth”, escreveu Paul,
“quando criança a princesa era obrigada a ficar sentada durante horas, sem
poder ir ao banheiro; se ela não se mexesse, ganharia um biscoito”.
Gretchen Reynolds, que escreve sobre condicionamento físico para
o “New York Times”, é a favor de incluir movimentos ao tempo que passamos
sentados.
O problema de ficar imóvel, escreveu ela, não é a posição
envolvida, mas a falta de contrações musculares, porque os movimentos ajudam a
controlar o açúcar no sangue e a liberar substâncias que melhoram os níveis de
colesterol e o metabolismo.
Reynolds sugeriu intercalar períodos sentado com de pé e em
movimento, ou mesmo fazendo gestos repetitivos. Uma pesquisa demonstrou,
segundo ela, que “as mulheres que se mexem o tempo todo, mesmo sentadas,
geralmente vivem mais que as imóveis”.
Mas isso pode ser um problema se a movimentação for um sinal de
ansiedade, e se essa ansiedade for um nervosismo causado por gatilhos modernos
como alertas de telefone celular. Bob Morris escreveu sobre esses alertas
assustadores mais de uma vez.
“Na outra semana, mais um desses ruídos perfurantes, um Alerta
Âmbar, saiu do meu telefone e me assustou tanto que derrubei um copo que se
espatifou no chão da cozinha”, escreveu ele.
Morris estava descrevendo as mensagens SMS usadas para informar
ao público sobre sequestros de crianças nos EUA.
Acrescentados aos “dings, dongs e piscadelas” dos alarmes de
manutenção de carro e à “previsão apocalíptica” do noticiário, escreveu Morris,
“podem me chamar de misantropo egoísta que leva a sério demais seu sono e sua
tranquilidade mental, mas eu poderia viver com menos alarmes que insistem em me
atingir”.
Os Alertas Âmbar tiveram certo sucesso. No mês pasado, um
suspeito de matar a mulher e fugir com sua filha foi preso no Tennessee após um
motorista identificá-lo após um alerta.
Mas a cacofonia pode ser irritante. “Precisamos ser
constantemente martelados com avisos de mau tempo?”, perguntou Morris. “Isso
basta para causar minha própria depressão tropical.”
Tess Felder – jornalista, editora de notícias do New
York Times