Descubra quando vale a pena
aplicar em fundos de investimento
A maior parte das críticas sobre fundos de investimento ocorre por
desconhecimento.
Queridos por vários e odiados por muitos, a aplicação em
fundos de investimento não é um consenso. Entretanto, muitas das críticas
apenas mostram um desconhecimento sobre o produto.
Explico algumas das críticas
e quando vale aplicar em fundos de investimento.
Antes de explicar quando se deve
aplicar em fundos, gostaria de quebrar alguns mitos e percepções erradas sobre
fundos de investimento.
Por incontáveis vezes, já vi
pessoas que se dizem entendidas falando sentenças como estas:
1 – Não gosto de investir em fundos ou ações, aplico apenas em ETFs;
2 – Quando se subtrai do retorno do fundo a taxa de administração, não sobra
nada;
3 – Prefiro títulos a fundos, pois títulos são mais seguros e não se perde.
Muitos não sabem que um ETF não
passa de um fundo. ETF é a sigla para Exchange Traded Fund, em
inglês, Fundo Negociado em Bolsa. Portanto, ele não passa de um fundo que
possui características específicas de sua categoria. Vou falar deste tipo de
fundo em artigo futuro.
O segundo caso também é uma
falha muito comum e que por ser repetida muitas vezes acaba grudando na mente
das pessoas. Toda rentabilidade apresentada de fundos já é líquida de todas as
taxas envolvidas, exceto IR.
Portanto, a rentabilidade que você observa nas
lâminas de apresentação já são os retornos que investidores ganham.
Por fim, a terceira e mais
comum, mas não a última falha de desconhecimento é relativa à natureza de um
fundo.
Um fundo nada mais é do que uma cesta de ativos. Portanto, tudo o que
ocorre com os títulos dentro da cesta, é refletido nos fundos. Logo, a culpa do
retorno não é do fundo, mas dos títulos na carteira.
Duas confusões ocorrem para que
investidores tenham a percepção errada sobre fundos e apontada neste terceiro
caso. Explico estas duas a seguir.
Os fundos são marcados a
mercado, enquanto muitos títulos são marcados pela taxa de aquisição nas
carteiras dos clientes.
A marcação a mercado dá uma percepção de maior risco
pela maior volatilidade dos preços no mercado e isso se reflete nos fundos.
Também, muitas vezes o investidor
é mais conservador na escolha de títulos e mais agressivo na seleção de fundos.
Logo, fica a impressão de que os fundos são mais arriscados, mas o problema foi
na origem da escolha. Portanto, não fazendo sentido a comparação.
Por desconhecimento,
investidores aplicam em fundo de ações, perdem dinheiro e culpam o fundo, ou
seja, o veículo e não o fato de terem investido em ações.
Portanto, é fundamental entender
que fundos de investimentos não são um ativo, mas um veículo para alcançar uma
exposição desejada.
Por exemplo, para ter exposição a ações, renda fixa,
imóveis e outros. Lembre-se, na maioria das vezes, não faz sentido culpar o
veículo por ter batido em um poste. Postes não atravessam ruas, tampouco
veículos se dirigem a postes por vontade própria.
Entendendo pelo menos estes três
mitos, vamos ao ponto em questão. Você deve aplicar em fundos de investimento
quando deseja se aproveitar de uma ou mais destas quatro características:
1 – Liquidez;
2 – Produtos com elevado valor inicial para aplicação ou não disponíveis ao
varejo;
3 – Diversificação;
4 – Especialização.
Por ser uma cesta de ativos e
com vários clientes, o gestor consegue administrar melhor a liquidez.
Nos fundos, também é possível
ter acesso a ativos que não são emitidos ao investidor de varejo ou cujo mínimo
de aplicação é muito elevado. Por exemplo, emissões de renda fixa a
investidores profissionais ou ofertas públicas com esforços restritos.
Por meio da aplicação em fundos,
o investidor consegue com pequenos valores ter a possibilidade de diversificar
em uma quantidade significativa de ativos.
Se fosse fazer isso diretamente nas
mesmas proporções, precisaria de milhares de Reais.
Por fim, em um fundo, o
investidor conta com uma equipe especializada para selecionar e monitorar os investimentos.
Por estas características há um
custo. O custo pode ser visto como a taxa condominial em condomínios de
prédios.
Os moradores de um prédio precisam pagar um custo que é dividido por
todos. O mesmo ocorre em um fundo de investimento.
Assim como em condomínios, às
vezes, este custo em fundos, também, pode ser mais elevado que os benefícios
prometidos. Nestes casos, basta procurar outro que tenha custos condizentes.
A grande falha dos investidores
e que muitas vezes acaba gerando frustração é a má escolha de fundos.
Novamente, é mais fácil culpar o veículo, que culpar o motorista que o
escolheu.
Em um próximo artigo, abordarei sobre o processo de escolha de fundos
de investimento.
MICHAEL VIRIATO - assessor
de investimentos e sócio fundador da Casa do
Investidor.