Como a inteligência artificial está revolucionando o Direito

Uma das tecnologias mais inovadoras para os próximos anos é a inteligência artificial, que tem uma série de aplicações possíveis: do trânsito das grandes cidades aos escritórios de advogados e o direito. Através dela, é possível que máquinas sejam capazes de raciocinar, aprender e relacionar grandes quantidades de informações, tomar decisões e resolver problemas.

A consequência direta disso é a potencialização da capacidade humana com a ajuda de robôs, tornando possível alcançar resultados de forma mais rápida e eficiente.  

Segundo uma pesquisa realizada pela International Data Corporation (IDC), a previsão de gastos com inteligência artificial e sistemas cognitivos por empresas irá crescer de US$ 8 bilhões, em 2016, para US$ 47 bilhões, em 2020. Esse aumento equivale a quase 600% a mais em apenas quatro anos. 

De fato, a inteligência artificial promete atingir cada vez mais áreas do conhecimento e o Direito é uma delas. Isso promete preencher uma lacuna da área, que ainda conta com processos engessados, como é o caso dos cartórios, que são quase um sinônimo de burocracia no país. 

Clarissa Luz, advogada e cofundadora do coletivo jurídico Nós8, chama atenção para a questão: “Acredito que todas essas partes burocráticas precisam acabar. Os cartórios de tribunais judiciários prestam um desserviço. Com inteligência artificial e machine learning você pode fazer um computador aprender esse trabalho”. 

Os cartórios não serão os únicos a correrem riscos, uma ver que as iniciativas na área não são poucas e, como consequência, a prática jurídica promete mudar de forma irreversível. No caso, uma das questões mais urgentes que surge é o que exatamente irá mudar?

  • O que vai mudar no Direito com a inteligência artificial? 

Muitas coisas prometem mudar com a chegada da inteligência artificial à área jurídica. Entre elas estão o tempo de demora para processos, menos burocracia e uma das mais comentadas: a extinção de alguns cargos.

  • Humanos vs. Robôs 

Segundo Bruno Feigelson, presidente da AB2L e CEO da Sem Processo, isso é relativo: “A tecnologia vem para substituir aquele trabalho de menor valor agregado, então isso vai impactar o mercado, mas não desvalorizando o advogado. Pelo contrário, pois o advogado vai deixar de fazer aquele trabalho repetitivo”. 

Em relação a isso, Sterling Miller, advogado especialista em litigação e privacidade de dados, listou em uma série de artigos as principais mudanças que estão por vir: 

1) Alguns cargos jurídicos serão eliminados: os profissionais que realizam um trabalho mais mecânico, como assistente de pesquisa, poderão ser substituídos mais facilmente. 

2) Novos cargos serão criados: engenheiros legais poderão ser uma realidade, uma vez que cresce a necessidade de advogados-programadores que saibam, entre diversas coisas, desenvolver IA e checar se a tecnologia está gerando resultados corretos. 

3) Não será necessário dedicar tempo à coleta de dados: advogados serão requisitados para análise de resultados, resolução de casos e aconselhamento de clientes. A pesquisa ficará por conta das tecnologias, que irão ajudar na coleta e processamento de dados. 

Segundo Luis Assunção, especialista em big data e machine learning aplicado ao Direito e atual arquiteto de soluções da Oracle, antes de resolver processos que já estão acumulados, é preciso impedir que eles continuem crescendo: “O foco é tentar diminuir o estoque de processos. Para fazer isso, ou aumenta o número de escritórios ou procura automatizar de alguma forma”. De fato, por mais que a adoção de robôs inteligentes não seja algo obrigatório, ela acaba sendo a tendência mais eficiente e democrática para o setor.

  • Custos mais baixos 

A inteligência artificial promete tornar o Direito menos custoso, sendo uma economia tanto para o escritório como para possíveis clientes. Como já citado, do ponto de vista de escritórios, entra a questão de adoção de robôs e respectivamente a não necessidade de investir em espaços físicos e funcionários. Além disso ajudar a empresa, o preço de serviços jurídicos tende a cair, tornando-o mais acessível. 

Em relação à economia de clientes, um dos exemplos mais disruptivas da área é o DoNotPayDoNotPay, startup inglesa que atua como um advogado gratuito. Usando uma combinação de chatbot com inteligência artificial, o “advogado-robô” já venceu 160 mil contestações de multas de trânsito no Reino Unido e em Nova York. 

Fonte: Isabela Borrelli - Repórter StartSe

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