DEPRESSÃO: Por que o vazio existencial de hoje?


A letra da antiga canção popular de Vinícius de Moraes, diz que “para se fazer um samba, é preciso um bocado de tristeza, senão não sai um samba, não!”.

Liberdades poéticas à parte, o que parece é que grande parte da humanidade teria hoje condições de fazer um bom samba, uma vez que sofre dos sintomas da tristeza e de suas manifestações – angústia, medo, pânico, depressão – com maior ou menor intensidade.

 

E isso parece contra senso, uma vez que os avanços materiais já conquistados  no campo da ciência , modo de vida, comunicação, etc., proporcionam ao ser humano variados recursos e alternativas de tratamento. 

Mas, na mesma medida em que se avança no desenvolvimento de produtos e serviços, conhecimento de técnicas, surgimento de novas atividades profissionais, vai-se criando um vazio interior e provocando distanciamento entre, de um lado, os indivíduos, com seus sentimentos e necessidades, e de outro a relação com o mundo exterior e seus hábitos de vida.

É como se a pressão externa, decorrente do modo com que se “vende” a vida, e a interna, sobre como a pessoa “sente” a vida, estivessem desequilibradas, fossem diferentes, provocando o descontrole emocional e o aparecimento dos sintomas citados.

E o por quê de tudo isso?

Qual o motivo dessa insatisfação existencial, a ponto de levar tantos irmãos a sofrer desse grande mal chamado depressão, cuja incidência parece atingir parcelas cada vez mais amplas da população?

 

Depressão = falta de pressão?

Falta, sim, de suficiente energia interna, da quantidade necessária de combustível mental, para plasmar novos pensamentos e sair do ciclo vicioso e repetitivo da negação da força, do poder de reação, da capacidade de trabalho, da centelha luminosa que, como filhos de Deus, temos adormecida em nós.

Essa impotência para agir é resultado dos pensamentos inadequados que insistimos em manter, emitindo vibrações viciadas e de baixa intensidade. Podemos, com isso, atrair entidades obsessoras, retroalimentando sem dúvida todo o ciclo vicioso.                                                                                    

Mas, que tipos de entidades estariam presentes?

Aquelas que, por sintonia, se afinem com a vibração emitida. Uma emissão de baixa potência é muito  pouco percebida, atingindo apenas aqueles também de baixa vibração.

As entidades que achamos nos envolverem negativamente  são na verdade o  resultado de nossos próprios pensamentos. Via de regra, somos os nossos próprios obsessores. É a chamada auto-obsessão.

 

Temos uma elevada capacidade de autodestruição, que nos leva a diminuir nossa autoestima. Normalmente destacamos os aspectos negativos, o lado obscuro, “ficando sempre com um pé atrás”, desconfiando de tudo e de todos, de modo que as possibilidades positivas da vida simplesmente não têm como penetrar ou como agir para esterilizar e eliminar nossas sombras.

Sem dúvida, temos um passado de vidas, com experiências acumuladas, que não foram necessariamente as mais adequadas para nossa evolução e crescimento.

Ao nos desviarmos do caminho da luz, foi gerada uma série de desajustes que agora temos o compromisso de corrigir.

Mas nunca ninguém estará desamparado. Se temos necessidade de ressarcir as dívidas contraídas, fomos ao mesmo tempo dotados de todas as capacidades físicas e espirituais (o famoso tamanho do cobertor!) para o devido pagamento.

 

Mas é preciso entender e, principalmente, aceitar o compromisso. E normalmente é aí que as coisas se complicam.

     

Devemos entender que:

ü  cada um de nós, hoje, é o resultado de várias vidas passadas e que temos um estoque de experiências acumuladas;

ü  o que acaba com a morte é, apenas, o mais recente de nossos corpos físicos, mas que, como espíritos, somos eternos;

ü  a reencarnação, essa renovada e maravilhosa oportunidade a nós concedida, é o momento de revisar grande parte daquele estoque de pensamentos e sentimentos  acumulados e não ajustados, em relação ao que somos e do que precisamos hoje.

ü  esse é o momento da grande liquidação existencial, que deve promover a maior queima de estoque já realizada em todas as nossas vidas. Queimar assim tudo aquilo que não nos serve mais, que nos tolhe e prejudica num relacionamento, principalmente naquele que temos ou deveríamos manter com nós mesmos.

Além disso, devemos ainda aceitar que: 

ü  como filhos de Deus somos únicos, sem necessidade de buscar comparações com os outros mas, antes, desenvolver e ampliar ) os próprios talentos;

ü  temos desejos e necessidades, sim, mas que devemos perceber o que  nos convém, eleva e faz crescer internamente, filtrando todo apelo consumista externo em que sejamos envolvidos;

ü  a espiritualidade está à nossa volta, e que todos temos, com maior ou menor intensidade, estreita ligação com o alto, sendo nosso dever ampliá-la, como única forma de reequilibrar as energias interna e externa, de modo a não desnivelá-las,  com os consequentes desajustes emocionais;

ü  para o aprimoramento de que precisamos, estamos no lugar certo, convivendo com as pessoas adequadas e envolvidas nas atividades necessárias e oportunas para o momento.

Entendendo os porquês e aceitando o momento, cabe-nos como missão insistir, e muito, na tarefa de alcançar a necessária transformação, pois somos um tanto preguiçosos e nem sempre muito adeptos a mudanças.

A tristeza não pode ser o estado emocional adequado a manter. Não nos foram dadas tantas oportunidades, e não foram criadas tantas maravilhas na natureza, que não nos iluminem os olhos, que não nos abram o coração e nos permitam viver em harmonia, aceitando a alegria do criador e compartilhando sua criação.

Desenvolvemos muito pouco nossa capacidade de pensar alto, vibrar mais, aceitar sem restrições. Ficamos presos às energias mais densas, apegamo-nos a valores transitórios, temos receio de ousar e muita preguiça de mudar.

 

Vamos, sistematicamente, criando bloqueios emocionais, desistimos de sonhar, e sob a desculpa de só aceitar o que pode ser visto, medido e repetido – princípio fundamental da ciência – não mais nos interessamos em conhecer, aprofundar o que ainda nem todos podem ver, medir e repetir.

No campo da espiritualidade, falam em outras formas de energias, começam a identificar que existem outros planos e mundos paralelos, ou pelo menos na possibilidade da existência deles. São todas situações novas, assim como, no passado distante, foram as manifestações da natureza – raios, chuva, sol – que, no devido tempo e com o avanço do conhecimento e da pesquisa, foram perfeitamente entendidos e aceitos.

 

Em nosso íntimo, todos sentimos a manifestação de algo diferente, a sensação de que existem muito mais coisas entre o céu e a Terra. Frequentemente, o descompasso entre esse sentir – que vem da intuição – e a realidade em que nos impomos viver – o concretismo material da vida – acabam provocando uma sensação de impotência e ampliando, pelo não entendimento e aceitação de que somos muito mais do que só um corpo físico, o medo diante do amanhã.

E aí, bloqueando essa energia interior, chamada mediunidade, que não extravasa, será necessariamente manifestado algum efeito negativo.

Tais efeitos podem variar de pessoa a pessoa, até porque, como somos a somatória de muitas experiências já vividas, algumas delas, até então adormecidas, poderão ser provocadas, criando os distúrbios psíquicos, hoje tão frequentes. Quantos desconfortos fisicamente sentidos que, quando examinados clinicamente, não têm suas causas detectadas!

 

Somos um campo incrível de energia e magnetismo, portanto agindo e reagindo física e também energeticamente. Nossos pensamentos têm força e acabam por interferir na rede de comunicação que todos compartilhamos.

Estamos todos – atenção: estejamos encarnados ou desencarnados – envolvidos no mesmo bloco de malha ou rede de influência, emitindo e recebendo cargas eletro-magnéticas, porém em frequências distintas. Os pensamentos plasmam, isto é, criam formas concretas que, ao circularem nessa malha de energia, adquirem mais força e atuam sobre o meio, isto é, sobre todo o Universo.

Esse seria o poder criador, do qual estamos muito distantes, não só pela potência emitida mas, e principalmente, pela qualidade e pureza das emissões, diretamente ligadas às vibrações emanadas do sentimento, ou seja, do coração.

Portanto, devemos afinar as vibrações, depurando os sentimentos. E comecemos pelo aumento da autoestima e aproveitando o momento para novos voos, na chamada expansão da consciência.

 

Será essa auto iluminação a tarefa inicial de cada um de nós, sobrepondo às cargas negativas de energia, geradoras de tristeza, a nova onda de pensamentos positivos e criadores de novo tempo, plasmando o homem novo, herdeiro de um planeta regenerado.

Tristeza, por favor, vá embora, pois não mais seremos aqueles seres que choram, envolvidos pelas ondas do passado; seremos, antes, os cocriadores da vida que absorve a vigorosa força da luz e se projeta para o futuro.

 

 

Nivaldo Cândido de Oliveira Júnior e Wilson Ferreira de Mello – professor, diretor da Suporte; médico psiquiatra (desencarnado).

Fonte: livro Minutos de Espiritualidade | obra psicografada

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