Sou
defensor da ideia da profissionalização dos Conselheiros, especialmente na
área da previdência complementar fechada, onde atuo na maior parte do tempo.
Recebo
muitas (muitas mesmo) e contundentes críticas por esse entendimento.
Na
maior parte das vezes, em razão do entendimento de que os Conselheiros devem
ter histórico de participantes no plano de benefícios administrado pela
entidade, o que equivale a dizer que têm de ser “associados” à entidade.
Em
outro bom número de vezes, a crítica se refere ao aspecto aparentemente
tecnicista e “frio” da atuação do “conselheiro profissional”, que dedicaria
menor atenção à questão que envolve a melhoria de vida dos participantes e
assistidos dos planos de benefícios e maiores cuidados aos resultados obtidos
pelos planos administrados.
Feitas
essas colocações iniciais, gostaria de ressaltar a ideia geral que sintetiza
os fundamentos da minha argumentação: a qualificação profissional e o
desenvolvimento das competências necessárias ao exercício do cargo.
Quando
falo em “profissionalização do Conselheiro”, não estou estabelecendo qualquer
identificação da origem do candidato ao posto. Ou seja, não é tão importante
que ele tenha ou não histórico de associado, desde que ele reúna todas as
competências necessárias para atuação naquele posto. Esse é o ponto
fundamental.
Evidentemente,
estamos tratando de competências técnicas, competências comportamentais,
disponibilidade de tempo, motivação para o exercício do cargo e compromisso
com a entidade (e não com outros interesses).
É
preciso que o conselheiro conheça o segmento em que atuará, o papel a ser
exercido por ele (seja como conselheiro fiscal ou deliberativo/de
administração), o conjunto de normas externas e internas que regulam o setor,
a dinâmica, problemas e desafios da entidade e dos profissionais que dela
fazem parte, assim como os assuntos técnicos de maior relevância e as
expectativas e necessidades dos associados (participantes e assistidos).
É
preciso que esteja familiarizado com as boas práticas associadas aos temas
vinculados ao exercício de sua função, especialmente aqueles que dizem
respeito à governança corporativa.
É
preciso ainda ter uma visão do contexto, do cenário econômico, político,
social e cultural do país, como forma de formular estratégias de atuação,
identificar os pontos de controle a serem observados e estar pronto a fazer
os ajustes e redirecionamentos que as tendências impuserem, sobretudo em
função da conjuntura atual, permeada por mudanças cada vez mais constantes e
acirramento da concorrência ou das concorrências (dentro do segmento e com
outros segmentos).
Fica
evidente, portanto, a necessidade de que o nível de atuação do conselheiro
seja amplo, envolvendo necessariamente o atendimento às expectativas dos
clientes e potenciais clientes dos planos de benefícios. Adicionalmente, os
aspectos sociais que fazem parte do modelo de desenvolvimento atual, que
privilegia a agenda ESG ou ASGI, mostram-se como fatores de alta relevância
para a gestão das organizações.
Compreendo
a argumentação daqueles que não concordam com esses pontos de vista e me
coloco à disposição para aprofundamento do tema. Luiz Felix Freitas - sócio fundador da KOLME
DESENVOLV. EMPRESARIAL Prof, e Consultor Prev. Complementar, Membro da Comissão
Governança Compliance e Integridade do CRA RJ
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