Tudo bem?


Não sou pessimista. Aliás, tenho tendência a ver o lado positivo das situações e talvez seja essa uma das características que me permitem executar bem minha atividade profissional: auxiliar profissionais a identificar alternativas para seus projetos de mudança de emprego, de carreira, de vida.

Entretanto, apesar dessa forte característica, fiquei prestando atenção no quanto a pergunta "tudo bem?", repetida à exaustão, é apenas uma expressão irrelevante na vida das pessoas.

Ninguém quer saber se você está bem ou não. Um colega sentou na minha frente, na mesa de trabalho, e perguntou: "Tudo bem?". Olhei para ele, me acomodei na cadeira, em silêncio. O silêncio se prolongou e o olhar foi inquisitivo e insistente. Meu silêncio se manteve.

Nessas horas, deveria haver um símbolo, como a ampulheta que aparece nos computadores, para sinalizar ao interlocutor que a pessoa está no modo "pensando", fazendo varredura nos arquivos da memória.

Respondi ao meu colega que essa era uma pergunta importante e que eu poderia responder protocolarmente com o default: "Sim! Tudo bem", #soquenao, ou elencar tudo que não está bom.

Minha lista começou a ficar maior do que eu mesma imaginava. É nisso que dá pensar para responder. Nem tudo é simples, fácil, corriqueiro, trivial ou banal.

Assim, caro leitor, minha proposta para hoje é te levar por esse caminho comigo. Fazer boas perguntas pode significar o primeiro passo para a tomada de consciência e consequentemente mudar. Tudo bem?

Defina o que cabe dentro de TUDO (vida pessoal, profissional, familiar, relacionamentos afetivos, saúde, finanças, etc) e o que é BEM (quais são seus parâmetros, métricas, comparativos, indicativos que te balizam nessa definição?).

O que está bem? O que não está bem? Você quer melhorar alguma coisa, ou o "bem" já é suficiente para você? O que você quer melhorar? O que você pode fazer para melhorar?

Essa pergunta é excelente para pensar no momento atual, rever seus projetos, realinhar expectativas pessoais com o cenário atual e também para traçar planos de ação para modificar ou melhorar o que não está tão bem assim! 

Adriana Gomes: mestre em psicologia, coordena o Núcleo de Estudos e Negócios em Desenvolvimento de Pessoas da ESPM.

Fonte: caderno equilíbrio do jornal FSP

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