REMUNERAÇÃO: TEMA DECISIVO EM TODA NEGOCIAÇÃO


Precificação, remuneração, honorários: diferentes palavras para representar uma parte importante envolvida em uma troca. Parece simples, mas é complexo. Porque existem muitos fatores que influenciam essa precificação.

Semana passada, em uma reunião de trabalho, eu discutia a questão da assertividade em Comunicação - obtida por meio de prestação qualificada de serviço - que se traduz na ausência de etapas de retrabalho pelo cliente. Mas esse é só o fim do processo. O início dessa cadeia envolve uma sinergia do time responsável por todas as etapas da execução da demanda.

Essa sinergia significa todo mundo consciente e responsável pelos próprios envolvimento, entrega, resultado. E para quem pensa que isso é obvio e subjaz a todas as negociações técnicas, esclareço: não é assim!


O genial Sílvio Meira - em seu livro Novos Negócios Inovadores de Crescimento Empreendedor no Brasil - dedica incontáveis reflexões às estratégias de alinhamento de equipe e negociação. Níveis diferentes de complexidade, alinhamento de culturas, níveis crescentes de envolvimento e interação, porque:

"Em um universo de negócios onde a demanda e sua complexidade mudam o tempo todo e de forma multifacetada, a entrega é cada vez mais dependente de STARTUPS, que são times especiais. Um startup é a conjunção de trabalho e pessoas [que têm FOCO, ALAVANCAGEM, ZELO, ENGAJAMENTO E RESPONSABILIZAÇÃO], startups são times coesos, resolvendo problemas. Na economia do conhecimento, perguntas e problemas são muito mais interessantes [e remuneram muito melhor] do que respostas, especialmente mais do que respostas padrão, tornadas commodity por mecanismos globais de conexão e disseminação de informação ou de produção". (p.90)

Chegar a essa fórmula é um verdadeiro processo alquímico que, quando acontece, parece mágica! Em Comunicação, parece um processo permanente de depuração. Mas, experimente trocar um dos elementos ou condições de produção! O resultado é totalmente imprevisível - para o bem e para o mal.

Remuneração, segundo o MIT

Pelas redes sociais, a Exame publicou hoje a entrevista Quem paga bem vende mais e melhor, com a professora Zeynep Ton, responsável pela disciplina de gestão no MIT (clique aqui). Ela explica uma teoria difícil de ser encontrada na prática:

"Existe uma falsa sabedoria de que a melhor e talvez única maneira de oferecer os preços mais baixos e ser rentável é pela via do enxugamento total de custos. E isso passa pelos salários. O que é preciso saber, porém, é que um empregado bem remunerado é também mais comprometido com o bom desempenho da empresa".

Trocando em miúdos: o barato sai caro! Não importa se a instituição tenha ou não fim lucrativo! A regra vale para quadro técnico e vale para os prestadores de serviço. A técnica e a operacionalização, como diz Sílvio Meira, são commodities. O que está em jogo é o comprometimento com o melhor resultado. Esse é o valor agregado que, cá entre nós, não tem preço!

Portanto, todo empresário minimamente envolvido com o sucesso de seu negócio sabe que são necessárias bases razoáveis para negociação de qualquer prestação de serviço qualificada.

Pesquisa: Composição e Remuneração de Conselhos Deliberativos e Comitês de Investimentos dos Fundos de Pensão

A GAMA Consultores Associados e a SUPORTE Consultoria e Treinamento realizaram em 2013 a primeira edição de uma pesquisa para avaliar uma questão ainda controversa aqui no Brasil: a remuneração de Conselhos e Comitês dos Fundos de Pensão.

Ainda controversa porque, diante da complexidade crescente do negócio de gestão de Previdência Complementar e nível de comprometimento, inclusive legal, mais dia menos dia, essa demanda estará fora que questão. Em países como o Canadá, a remuneração desses profissionais é uma prática bastante difundida e até mesmo defendida pelos participantes que, claro, buscam os melhores resultados para seus investimentos, atrelados a bom atendimento e satisfação.

Incremental, evolucionária, revolucionária

Quando presto serviços, minha preocupação é buscar oportunidades de fazer entregas com o máximo de valor agregado. Também busco inovar. Sílvio Meira explica que a inovação pode ter diferentes faces: incremental, evolucionária, revolucionária. Todas elas são importantes e envolvem riscos de diferentes categorias. Mas é preciso manter essa disposição para alcançar mais do que excelência técnica, uma referência em compromisso com o resultado que está além da precificação:

"Performance não é só um número, uma medida, é um estado de espírito. Performance é uma certa combinação de criatividade, produtividade, comprometimento e colegialidade capaz de enfrentar os desafios que levam ao cumprimento dos objetivos de negócio, motivada pelos desejos pessoais e de grupos, no negócio, cujo entendimento do mundo e reações ao [e no] ambiente dependem, quase exclusivamente, do compartilhamento de significados". (p.293)

Para encerrar a conversa: as negociações, as precificações, as remunerações de que estamos falando incluem riscos de diferentes níveis, expectativas de resultados tangíveis e intangíveis e uma experiência sempre única de satisfação. Estes são fatores interdependentes, que realmente estão sobre a mesa quando se assina um contrato.

Eliane Miraglia - mestre em Ciências da Comunicação, especialista em Gestão de Processos Comunicacionais e consultora de comunicação, tem participado em projetos com a Suporte Educacional.

Fonte: blog da Eliane:  www.elianemiragliablogspot.com.br

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