Imagine
que você receba R$ 100 mil para investir, mas junto com o dinheiro venha a
responsabilidade de pagar a alguém renda mensal corrigida pela inflação de R$
600 pelos próximos 30 anos. Caso falte dinheiro para pagar, você deverá
completar do seu bolso. Contudo, se sobrar algum recurso, o ganho reverte para
você.
Como
você investiria os R$ 100 mil?
Seu
objetivo é investir de forma a criar um superávit. Para isso, deve correr algum
risco, que, por outro lado, deve ser controlado, pois você não deseja arcar com
seus próprios recursos em caso de deficit. Você também não pode ser muito
conservador, pois assim os rendimentos podem não ser suficientes para cobrir os
pagamentos mensais.
Essa
é a situação que todos enfrentam na gestão de um portfólio na aposentadoria.
A
maioria das pessoas peca nessa gestão pelo excesso de conservadorismo,
concentrando todo o portfólio em ativos que se mostram incapazes de cobrir os
pagamentos mensais. O erro básico é achar que investir apenas na poupança, ou
em ativos que rendem uma fração do CDI, é suficiente.
Para
obter um superávit, deve-se montar uma carteira diversificada e regularmente
rebalanceá-la.
Dos
ativos a investir, não podem ser desconsiderados os que proporcionam renda
mensal ou periódica, isenta de IR e que tenham proteção contra a inflação.
Ativos com essas características são fundos imobiliários, debêntures
incentivadas e ações de empresas boas pagadoras de dividendos.
Na
escolha desses ativos, o rendimento não deve ser o único critério. Também
deve-se avaliar o potencial de esse rendimento se elevar ou ao menos não
decrescer.
Pesquise
as melhores taxas pagas para produtos de mesmo nível de risco, não se limitando
aos produtos do banco onde tem conta. Por exemplo, para LCI, consulte taxas
entre bancos e corretoras que a distribuem.
Por
fim, reserve um tempo para avaliar se a estratégia adotada será suficiente para
saldar todos os pagamentos por toda a aposentadoria.
Michael
Viriato – doutor em Engenharia de Sistemas, com MBA Executivo em
Finanças, certificado pelo mercado financeiro, professor do INSPER, é
coordenador do Finance Lab, laboratorio integrado ao Centro de Finanças.
Fonte:
jornal Folha de São Paulo