Presta atenção nesta foto!
Essas mulheres trabalharam no time do receptivo do evento de lançamento
do Instituto Longevidade e do MovimentoReal.Idade. Essas duas iniciativas da Mongeral-Aegon buscam um
Brasil mais justo para as PESSOAS com 50+.
No século 20, estas mesmas
mulheres poderiam ser modelos para qualquer campanha sobre aposentadoria. No
século 21, o contexto é outro e elas estão ativas, mostrando o potencial de
trabalho de quem atravessou a barreira dos 50 anos de idade.
Ah, estamos mudando! O aumento
da longevidade é uma realidade demográfica no mundo inteiro. No Brasil, as
estatísticas mostram que o grupo dos 60+ aumenta a uma taxa média de 4% ao ano.
É um crescimento substancial e relevante. Em breve, seremos maioria.
Enquanto as regras de transição
da Previdência Oficial estão em discussão pelo Estado, acho que é importante
analisar seus impactos sobre o comportamento do cidadão que passará a ter que
atingir a idade mínima de 65 anos antes de requerer a aposentadoria.
Quem será afetado pelas novas
regras - teoricamente - deve ter entrado para o mercado de trabalho com mais
idade do que as gerações precedentes. Além de viver por mais tempo,
"geração canguru" também permanece por mais tempo na casa dos pais,
antes de conquistar independência e autonomia financeira.
Mas nem tudo são flores. Por
viver por mais tempo, o trabalhador do século 21 deverá contribuir também por
mais tempo para a Previdência, antes de ter direito aos benefícios de
aposentadoria. As regras são assim em países economicamente mais desenvolvidos.
Trata-se de uma necessidade! As contas públicas precisam equilibrar e fechar,
especialmente quando o mercado de trabalho diminui e a expectativa de vida
aumenta.
Previdência Complementar:
modelo independente
Mas o
que deve acontecer com a Previdência Complementar? As novas regras impactam
quem tem planos para se aposentar antes do 65 anos? Há muitas questões a serem
consideradas em um novo contexto.
Para ajudar a esclarecer algumas dessas dúvidas e antecipar uma perspectiva do
cenário previdenciário, o professorIvan Sant'ana Ernandes (UniAbrapp) muito gentilmente concordou em colaborar com a
produção deste post. Vamos entender os motivos que fazem dos 65 anos uma
mudança comportamental que extrapola as regras previdenciárias?
A
elegibilidade na Previdência Complementar é independente da Previdência
Oficial?
Sim. Do ponto de vista
jurídico, inexiste vínculo entre uma e outra. A prática
aponta para uma convergência.
A idade mínima aos 65 anos
deverá alterar as regras de elegibilidade da Previdência Complementar?
Eu aposto que sim! Apesar da
ausência de vinculação direta,acredito que o Sistema, através de seus
principais atores (participantes, patrocinadores e entidades) convergirá para o
(ou mais de um) novo limite.
A Previdência
Complementar permite antecipar a entrada em aposentadoria. Vale à pena? Qual o
risco?
Sim. A maioria dos planos
atuais, ao desconsiderar idade mínima, permite aposentadorias em idades inferiores à mencionada como possível
limite. Quando falamos de planos BD, alguns já permitem a aposentadoria
especial, acompanhando a previdência oficial.
Outros permitem a antecipação
com a redução do valor mensal da aposentadoria. Essa antecipação deve
considerar o equilíbrio atuarial: ao receber por mais tempo, nosso participante
deve abrir mão do valor integral, de modo a manter o mesmo valor atual do
compromisso do plano.
Num plano CV, essa antecipação
não provocaria qualquer problema de equilíbrio, vez que o valor da renda de
aposentadoria decorre do montante acumulado e da expectativa de vida no momento
da concessão. Os planos CD têm os compromissos limitados aos saldos das
contas individuais dos participantes. Significa que não estão presentes os
riscos de longevidade.
O trabalhador do século 21
deverá fazer algum seguro para evitar riscos e prolongar o recebimento de
benefícios de aposentadoria?
Sim, para esses novos
trabalhadores. Sim, para todos os participantes de planos CD. E não, ao menos
preliminarmente, nos planos que garantem renda vitalícia. Mas diante dos
crescentes índices de longevidade, os administradores deverão repensar a
retenção, pelo plano, do risco de manutenção da renda vitalícia. O que nos
remete ao início da resposta.
O planejamento previdenciário
deverá ser mais intenso para quem se aposenta com idade mínima aos 65 anos?
Para nós, brasileiros, o
planejamento financeiro deve ser mais intenso em qualquer condição. Até hoje,
somos poucos os que se planejam. A discussão sobre implantar ou não uma idade
mínima deve servir como alavanca para nós, Arquimedes modernos, mover o mundo previdenciário
em nosso país.
Os
empregadores e o Estado deverão intensificar as políticas de promoção e fomento
da Educação Financeira e Previdenciária?
Sem dúvidas! O estado já deu o
primeiro passo e o mercado já reagiu a ele. Mas ainda timidamente. Precisamos
oferecer a educação financeira desde as primeiras séries do ensino fundamental.
É preciso ensinar o equilíbrio entre poupança e consumo aos nossos
jovens. Devemos olhar
exemplos como o dos americanos, que poupam cerca de 10% da renda. Ou atingir o dos
japoneses, que chegam aos 25%
A reforma da Previdência
Oficial pode ser uma boa oportunidade de estabelecer novos diálogos com os
públicos das EFPC e com a sociedade. É uma oportunidade para que as Instituições, Comunicadores
e Educadores Financeiros e Previdenciários se
aproximem de Empresas, Sindicatos e Associações e disseminem essa mudança
cultural que incentiva o trabalhador a ter mais informação e
co-responsabilidade e menos dependência assistencialista em relação à proteção
previdenciária. Mais consciência autonomia e emancipação em relação ao
futuro. Vamos criar uma nova cultura para viver esse novo tempo.
Eliane Miraglia - mestre
em Ciências da Comunicação, especialista em Gestão de Processos Comunicacionais
e consultora de comunicação, tem participado em projetos com a Suporte
Educacional.
Fonte: blog da Eliane: www.elianemiragliablogspot.com.br
Ivan Ernandes –
atuário e estatísitico, certificado pelo ICSS, professor nos cursos da Suporte,
diretor da ATEST Consultoria Atuarial.