Em
finanças, filhos aprendem observando o que seus pais fazem
Filhos esquecem o que ouvem, mas se
lembram do comportamento financeiro de seus pais.
Quando se chega a uma certa idade, ou quando
ocorrem datas comemorativas como as deste domingo, lembramos da
responsabilidade que temos com quem amamos.
Queremos passar para estes entes
queridos tudo o que aprendemos. Muitas vezes, também, o que nos arrependemos
por não termos feito, para que eles também não se arrependam ao chegar na idade
adulta.
Mas, qual a melhor forma de educar financeiramente nossos filhos para
evitar estes arrependimentos futuros?
Pouco adianta falar para seu filho que ele precisa
ser econômico e poupar para ter mais no futuro. Poucos vão se lembrar dos
sermões.
No livro O Segredo da Mente Milionária, T. Harv
Eker diz: "Você se esquece daquilo que escuta; você se lembra daquilo que
vê; você entende aquilo que faz."
É necessário que seus filhos ou entes queridos
vejam o que você faz e, no futuro, vão entender quando repetirem.
Qual pai não desejaria que o filho ao crescer fosse
econômico e investisse para que mais cedo possível atingisse sua independência
financeira?
Independência financeira não significa parar de
trabalhar, mas trabalhar naquilo que gosta sem se preocupar apenas com a parte
financeira.
A educação financeira deve começar em casa. Viver
com menos do que se ganha é o primeiro princípio.
Sem dúvida, indivíduos menos favorecidos têm mais
dificuldade de poupar, pois sua renda é completamente comprometida com o
consumo do básico.
Mas, mesmo nestes casos, é possível ensinar algo, fazendo,
em vez de apenas falar.
Por exemplo, você pode não conseguir poupar, mas
pode mostrar para seus filhos que seus gastos estão dentro de um orçamento,
colocando-os em um papel à vista deles.
Muitos pensam em criar uma poupança para o filho
antes de fazerem a própria. Isto não os ensina o quão é importante ser independente
financeiramente.
É muito difícil para uma criança entender que o que
você está fazendo para ela é para o bem dela, se você mesmo não fez para você
antes.
Esse dinheiro poupado vai virar consumo assim que a
criança puser a mão no dinheiro, pois, talvez, você não fez poupança e consumiu
todo o dinheiro que ganhou.
Sem dúvida, o melhor a deixar para uma criança são
os valores que ela aprendeu com o comportamento dos pais.
Na parte financeira, há algumas lições que você
pode passar aos seus filhos, não falando, mas fazendo.
A primeira é ter um planejamento financeiro que dê
propósito ao esforço que você e sua família fazem.
Falar de dinheiro é um tabu nas famílias.
É muito importante que a criança entenda quanto
seus pais ganham, qual o gasto total, como eles são divididos e por que estes
devem estar dentro do orçamento, evitando-se as dívidas.
Em vez de criar uma conta para fazer investimentos
pela criança, mostre a sua.
Explique para ela os motivos que sustentam o
esforço de poupar. Todos os objetivos estarão no planejamento financeiro.
Aos poucos, a criança vai entender que o esforço de
poupança era para pagar as férias dela, os presentes, o colégio e a faculdade.
Quem sabe ela vai até ajudar com parte da mesada. Melhor que ela contribua
nesse fundo, do que você simplesmente fazer uma poupança por ela e dar esse
dinheiro.
Também, é fundamental que ela entenda que parte dos
seus investimentos é para a independência financeira dos pais.
Assim, ela vai
lembrar que isso é importante e há mais chances de ela fazer para ela quando
chegar sua vez.
Você deve mostrar que tem tudo sob controle,
inclusive se tudo der errado. Portanto, fazer um seguro de vida e explicar que,
em sua falta, o planejamento está coberto é fundamental para dar segurança a
toda a unidade familiar.
Aproveite para criar um
planejamento financeiro junto com seus entes queridos. Eles vão se sentir muito
mais importantes ao constatarem que fazem parte deste plano.
MICHAEL VIRIATO - assessor de investimentos e sócio
fundador da Casa do
Investidor