Reinventando o comércio


O consumidor poderá 'assinar' um serviço para usar produtos por um tempo limitado

Os processos comerciais evoluíram, mas o modelo não seria estranho a um consumidor do século 17. A matéria-prima ainda é industrializada, transportada e apresentada em lojas, onde é trocada por dinheiro, em uma relação que raramente se estende além do período da garantia. Não há muita diferença entre um iPhone comprado na Amazon e um peixe comprado em um mercado de rua em Marselha.

O comércio eletrônico varreu esse problema para debaixo do tapete. Por mais que as lojas estejam abertas o tempo todo, disponíveis nos bolsos, o processo ainda é o mesmo, dependente dos mesmos agentes. Mas isso está para mudar.

A começar pelo dinheiro. As transações pela internet criaram uma facilidade, mas geraram um gigantesco controle de informação pelos bancos e companhias de cartão de crédito. Eles sabem, a cada transação, quem você é, onde está e do que gosta. O preço pago pela comodidade digital é a perda de privacidade.

Não há, na internet, algo equivalente a dinheiro: anônimo, rápido e definitivo. Ou não havia, até o surgimento do Bitcoin --não surpreende vermos tantas críticas.

Há indícios que a própria ideia de dinheiro esteja com os dias contados. A intensa troca de informações pelas redes sociais permite o surgimento de novas formas de pagamento. Há projetos de economia colaborativa, estimulando o desenvolvimento de economias locais e trocas de conhecimento específico. Usados em ambientes tão diversos quanto o mundo acadêmico e as moedas sociais, esse novo intermediário ajuda e reconstruir as relações de valor e sua aplicação.

Facebook e Google mostram que é possível pagar por serviços úteis com uma moeda que há pouco tempo era tão difícil de minerar que sua aplicação prática se tornava inviável: a informação. Aparentemente gratuitos, eles registram e analisam os dados de visitação de seus usuários, convertendo-os em orçamentos de mídia para anunciantes. É o mesmo princípio de patrocínio que antigamente sustentava os programas da TV e sustenta blogs e redes.

Em um futuro próximo não será difícil imaginar um restaurante em que o cardápio, em um tablet, comparará o histórico do consumidor com os dados de estoque e disponibilidade dos pratos para formar combinações que sejam mais valiosas para todos.

Em hangares industriais, máquinas de precisão imprimirão automóveis ou casas com personalização e detalhe não imaginados hoje. As limitações estariam na precisão do modelo e qualidade do material.

Não demorará para que boa parte dos produtos sejam transformados em serviços.

Em vez de comprar um par de tênis, o consumidor poderá "assinar" um serviço para usar produtos por um tempo limitado e devolvê-los para o fabricante, que se encarregará de sua reciclagem. Basta olhar qualquer armário para notar como a prática faz mais sentido do que o processo industrial de hoje, em que materiais preciosos são arrancados do solos e depois seguem para aterros sanitários.

A evolução tecnológica nos mostra que a única forma de ampliar a qualidade de vida ao mesmo tempo em que se acomodam mais e mais habitantes no planeta está em desafiar a imaginação.

Luli Radfahrer - professor-doutor de Comunicação Digital da ECA (Escola de Comunicações e Artes) da USP, trabalha com internet desde 1994 e já foi diretor de algumas das maiores agências de publicidade do país;  

Fonte:  Folha Online.

O comércio eletrônico varreu esse problema para debaixo do tapete. Por mais que as lojas estejam abertas o tempo todo, disponíveis nos bolsos, o processo ainda é o mesmo, dependente dos mesmos agentes. Mas isso está para mudar.

A começar pelo dinheiro. As transações pela internet criaram uma facilidade, mas geraram um gigantesco controle de informação pelos bancos e companhias de cartão de crédito. Eles sabem, a cada transação, quem você é, onde está e do que gosta. O preço pago pela comodidade digital é a perda de privacidade.

Não há, na internet, algo equivalente a dinheiro: anônimo, rápido e definitivo. Ou não havia, até o surgimento do Bitcoin --não surpreende vermos tantas críticas.

Há indícios que a própria ideia de dinheiro esteja com os dias contados. A intensa troca de informações pelas redes sociais permite o surgimento de novas formas de pagamento. Há projetos de economia colaborativa, estimulando o desenvolvimento de economias locais e trocas de conhecimento específico. Usados em ambientes tão diversos quanto o mundo acadêmico e as moedas sociais, esse novo intermediário ajuda e reconstruir as relações de valor e sua aplicação.

Facebook e Google mostram que é possível pagar por serviços úteis com uma moeda que há pouco tempo era tão difícil de minerar que sua aplicação prática se tornava inviável: a informação. Aparentemente gratuitos, eles registram e analisam os dados de visitação de seus usuários, convertendo-os em orçamentos de mídia para anunciantes. É o mesmo princípio de patrocínio que antigamente sustentava os programas da TV e sustenta blogs e redes.

Em um futuro próximo não será difícil imaginar um restaurante em que o cardápio, em um tablet, comparará o histórico do consumidor com os dados de estoque e disponibilidade dos pratos para formar combinações que sejam mais valiosas para todos.

Em hangares industriais, máquinas de precisão imprimirão automóveis ou casas com personalização e detalhe não imaginados hoje. As limitações estariam na precisão do modelo e qualidade do material.

Não demorará para que boa parte dos produtos sejam transformados em serviços.

Em vez de comprar um par de tênis, o consumidor poderá "assinar" um serviço para usar produtos por um tempo limitado e devolvê-los para o fabricante, que se encarregará de sua reciclagem. Basta olhar qualquer armário para notar como a prática faz mais sentido do que o processo industrial de hoje, em que materiais preciosos são arrancados do solos e depois seguem para aterros sanitários.

A evolução tecnológica nos mostra que a única forma de ampliar a qualidade de vida ao mesmo tempo em que se acomodam mais e mais habitantes no planeta está em desafiar a imaginação.

Luli Radfahrer - professor-doutor de Comunicação Digital da ECA (Escola de Comunicações e Artes) da USP, trabalha com internet desde 1994 e já foi diretor de algumas das maiores agências de publicidade do país;  

Fonte:  Folha Online.

O comércio eletrônico varreu esse problema para debaixo do tapete. Por mais que as lojas estejam abertas o tempo todo, disponíveis nos bolsos, o processo ainda é o mesmo, dependente dos mesmos agentes. Mas isso está para mudar.

A começar pelo dinheiro. As transações pela internet criaram uma facilidade, mas geraram um gigantesco controle de informação pelos bancos e companhias de cartão de crédito. Eles sabem, a cada transação, quem você é, onde está e do que gosta. O preço pago pela comodidade digital é a perda de privacidade.

Não há, na internet, algo equivalente a dinheiro: anônimo, rápido e definitivo. Ou não havia, até o surgimento do Bitcoin --não surpreende vermos tantas críticas.

Há indícios que a própria ideia de dinheiro esteja com os dias contados. A intensa troca de informações pelas redes sociais permite o surgimento de novas formas de pagamento. Há projetos de economia colaborativa, estimulando o desenvolvimento de economias locais e trocas de conhecimento específico. Usados em ambientes tão diversos quanto o mundo acadêmico e as moedas sociais, esse novo intermediário ajuda e reconstruir as relações de valor e sua aplicação.

Facebook e Google mostram que é possível pagar por serviços úteis com uma moeda que há pouco tempo era tão difícil de minerar que sua aplicação prática se tornava inviável: a informação. Aparentemente gratuitos, eles registram e analisam os dados de visitação de seus usuários, convertendo-os em orçamentos de mídia para anunciantes. É o mesmo princípio de patrocínio que antigamente sustentava os programas da TV e sustenta blogs e redes.

Em um futuro próximo não será difícil imaginar um restaurante em que o cardápio, em um tablet, comparará o histórico do consumidor com os dados de estoque e disponibilidade dos pratos para formar combinações que sejam mais valiosas para todos.

Em hangares industriais, máquinas de precisão imprimirão automóveis ou casas com personalização e detalhe não imaginados hoje. As limitações estariam na precisão do modelo e qualidade do material.

Não demorará para que boa parte dos produtos sejam transformados em serviços.

Em vez de comprar um par de tênis, o consumidor poderá "assinar" um serviço para usar produtos por um tempo limitado e devolvê-los para o fabricante, que se encarregará de sua reciclagem. Basta olhar qualquer armário para notar como a prática faz mais sentido do que o processo industrial de hoje, em que materiais preciosos são arrancados do solos e depois seguem para aterros sanitários.

A evolução tecnológica nos mostra que a única forma de ampliar a qualidade de vida ao mesmo tempo em que se acomodam mais e mais habitantes no planeta está em desafiar a imaginação.

Luli Radfahrer - professor-doutor de Comunicação Digital da ECA (Escola de Comunicações e Artes) da USP, trabalha com internet desde 1994 e já foi diretor de algumas das maiores agências de publicidade do país;  

Fonte:  Folha Online.

Tel: 11 5044-4774/11 5531-2118 | suporte@suporteconsult.com.br