Como está a disputa entre fintechs e bancos tradicionais.


Como está a disputa entre fintechs e bancos tradicionais.

Na segunda-feira (15), após o fechamento dos mercados, o Nubank (Nyse: NU) e o Inter (Nasdaq: INTR), dois grandes bancos digitais brasileiros, divulgaram seus resultados referentes ao segundo trimestre deste ano.

Enquanto os bancos tradicionais listados na Bolsa reportaram lucros bilionários no período, os bancos digitais tiveram resultados mais fracos, ainda enfrentando dificuldade para rentabilizar seu modelo de negócios.

O Nubank teve prejuízo líquido de US$ 29,9 milhões, sendo que o resultado líquido ajustado foi positivo em US$ 17 milhões. 

O Inter, por sua vez, teve lucro líquido de R$ 15,5 milhões no trimestre.

Os grandes bancos, como Banco do Brasil e Itaú, têm surfado a alta dos juros ao mesmo tempo em que conseguem ampliar suas receitas com prestação de serviços. 

Enquanto isso, seus concorrentes digitais seguem crescendo em número de clientes, mas não conseguem transformar essa expansão em lucro.

O Nubank chegou a 65,3 milhões de clientes no segundo trimestre deste ano, um crescimento de 56,6% na comparação anual. 

A base de clientes do Inter cresceu 73% no mesmo intervalo, totalizando 20,7 milhões de clientes em junho deste ano.

Contudo, as carteiras de crédito dessas instituições são muito mais enxutas do que as dos bancos tradicionais, e a isenção de cobrança de tarifas pela maioria dos serviços bancários via aplicativo impede que os bancos digitais lucrem com essa linha.

Enquanto isso, os "bancões" saem ganhando tanto com a concessão de crédito, aproveitando a alta dos juros para aumentar a margem financeira, quanto com serviços bancários.

Para efeito de comparação, a carteira de crédito do Nubank chegou a US$ 9,1 bilhões no segundo trimestre, enquanto a carteira do Itaú já soma mais de R$ 1 trilhão.

Olhando para os resultados, fica evidente que as previsões catastróficas para o setor bancário após a ascensão das fintechs não poderiam estar mais distantes da realidade.

A oferta de serviços gratuitos por essas companhias forçou os grandes bancos a repensarem seu modelo de negócios, e essa transformação tem sido mais rápida e bem-sucedida do que era esperado.

Além disso, os bancos tradicionais contam com a expertise em muitos segmentos que os novos concorrentes digitais não dominam, podendo oferecer muito mais opções de crédito e investimentos para seus clientes.

Por esses e outros fatores, instituições como Itaú e Bradesco seguem figurando entre as melhores empresas da Bolsa brasileira.


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