Exposição do Museu do Videogame Itinerante em Campo Grande
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Algumas
mães cujos filhos adoram jogar videogame, e que controlam rigorosamente os
horários de jogo durante o período em que eles têm aulas, querem saber se podem
liberar durante as férias e por quanto tempo ao dia. Como há muitas crianças
nessa situação, vamos conversar sobre o tema.
Foi
nos anos 1970 que esses jogos passaram a ser usados com frequência por crianças
e adolescentes e, durante muito tempo, poucos estudos e pesquisas foram
realizados para sabermos mais sobre o impacto deles na vida dos mais novos.
Hoje
a situação é diferente, mas mais complicada. Temos pesquisas e estudos, mas
estes não chegam às mesmas conclusões.
Alguns
resultados permitem aos estudiosos e pesquisadores afirmar categoricamente que
jogar videogame é prejudicial às crianças e aos adolescentes. Entre os efeitos
negativos que eles apontam, os mais citados são o aumento da agressividade e o
desenvolvimento da dependência do uso dos jogos eletrônicos, inclusive dos que
estão na rede.
Mas
há também os que afirmam que a prática de jogar não afeta em nada o rendimento
escolar, o relacionamento familiar, o nível de agressividade e de atenção dos
mais novos. Alguns estudos apontam, inclusive, que determinados jogos podem
melhorar a socialização e até a cognição espacial dos jogadores. Permitir que
os filhos joguem ou não, é uma escolha de cada família.
Impedir,
pelo menos em casa, não fará mal algum a eles. Mas é bom saber que eles jogarão
na casa de colegas e amigos, portanto sempre é bom conversar a respeito do tema
dos jogos que eles conhecem. É que, a partir da década de 1990, jogos muito
violentos foram –e seguem sendo– sucesso entre a garotada, e isso exige dos
adultos orientações para que eles não confundam a realidade com o cenário dos
jogos, ou seja, não achem "normal" agredir pessoas, por exemplo.
Permitir
que os filhos joguem também não será prejudicial, desde que alguns pontos sejam
ponderados. Vamos começar com a questão do tempo, que tanto preocupa os pais.
Há
a orientação geral de que crianças e adolescentes não joguem por mais de uma
hora seguida. Entretanto, esse tempo não pode ser aplicado para toda criança e
todo adolescente porque para alguns será demais e, para outros, pouco.
Conhecer
bem o filho e seu ritmo na vida ajuda bastante a determinar o melhor intervalo
de tempo para ele. Mas, durante as férias, os pais podem dar uma relaxada e
flexibilizar: permitir um pouco mais, ou o mesmo tempo duas vezes ao dia, por
exemplo.
Jogar
imediatamente antes do horário de se recolher pode prejudicar o relaxamento
necessário ao sono, por isso, evitar esse horário é uma boa dica aos pais.
Finalmente,
além de estar atentos ao conteúdo dos jogos, é importante também que os pais
cuidem da postura das crianças e jovens enquanto eles se divertem no jogo, da
distância do olho à tela do computador, principalmente, e da altura do som,
caso eles usem fone de ouvido. Prevenir problemas posturais, da visão e da
audição dos mais novos nesses tipos de jogos é fundamental!
Não
é fácil tutelar os filhos com tantas tentações gostosas disponíveis a eles, não
é verdade? Mas é melhor acompanhar, orientar e restringir horários mesmo com a
reação negativa deles do que abandoná-los ou ser rígido demais.
Rosely Sayão - Psicóloga e consultora em educação, fala
sobre as principais dificuldades vividas pela família e pela escola no ato de
educar.
Fonte: coluna jornal FSP