Por razões óbvias, o mercado financeiro costuma ser
fonte de inspiração e referência para a Comunicação em Previdência
Complementar. A similaridade começa na natureza do negócio, contratos de
prestação de serviços, rotinas e protocolos de operacionalização de
atendimento, tecnologia, contabilidade, investimentos e segurança e por aí vai
até chegar ao jeito como as equipes se vestem, falam e se comportam. Esse
formato é tão estruturado que influencia todo o posicionamento estratégico
institucional.
Mas é importante reconhecer que a sociedade está mudando. E o mercado reage
buscando novas narrativas, novos diálogos para conquistar - senão a confiança,
o respeito e o bolso do consumidor - sua atenção. Porque em tempos de redes
sociais, a atenção também é capital comunicacional. Por isso, as empresas
estão indo além dos APP e do relacionamento 360°. Elas estão buscando o DNA do
século 21.
Equipe da Warren - fintech criada a
partir do rompimento societário da XP Investimentos. Saiba mais
No mundo em modo Beta, nenhuma resposta é
definitiva. Há infinitas possibilidades de expressões institucionais no
ecossistema comunicacional e penso que este seja um momento de transição. E é
evidente que empresas mais tradicionais em geral resistem a acompanhar
tendências.
Não se trata de resistência gratuita, mas um reflexo e um viés de caráter
Sociológico ou Antropológico. Afinal, quem faz e decide a Comunicação de
empresas tradicionais? Quem consome a Comunicação de empresas
tradicionais? Segundo estudo do Grupo Abril, o segmento de mercado
com dinheiro para consumir e influenciar outras gerações tem em média 40 anos
de idade (clique aqui) e não se sente representado nem se identifica com
esse tipo de imagem.
Comunicação feita COM gente
Para a Previdência Complementar Fechada uma solução de Comunicação muito
coerente e consistente é criar oportunidades para co-criar, isto é, criar junto
com os representantes dos principais públicos estratégicos: patrocinadores,
participantes, assistidos, conselheiros, dirigentes e quadro funcional.
Em resumo, estou falando de buscar, jogar luz e empoderar os embaixadores da
marca para que se transformem em micro-influenciadores. A tática é trabalhosa, mas o
resultado é autêntico e cria identificação instantânea que soma valor para
imagem, reputação, credibilidade. Por isso, destaco o BELÍSSIMO case da
SP-Prevcom, que mostra como associar imagem a significado, a conteúdo.
É
preciso reconhecer que colocar o ser humano no foco da mensagem revela
flashes de uma sociedade muito mais ampla e diversa do que a Comunicação
é capaz de representar em suas mensagens. Dentro dessa geleia geral, a
identidade institucional é necessariamente um recorte singular, com a
finalidade de distinguir uma empresa das demais.
Mas acredito que o olhar periférico - exercício de conhecer tendências - ajuda
no processo de atualizar a linha editorial da Comunicação que será
adotada para reforçar a identidade e estabelecer o relacionamento com
diferentes públicos estratégicos. E se a decisão for ousar, que ela seja
consciente e surpreendente.